Mês: Março 2023

Os ritos da Semana Santa

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Presépio de Páscoa, uma antiga tradição a ser redescoberta

Presépio de Páscoa, uma antiga tradição a ser redescoberta

Presépio de Páscoa? Claro que é! No nosso país, é uma tradição antiga e muito amada. Mas quando é que deve ser criado? Quais são as estatuetas características? Vamos descobrir juntos.

Todos nós conhecemos, desde a infância, o presépio clássico, aquele feito no Natal. Representa a Natividade de Jesus, muitas vezes inserida num contexto urbano ou rural, dependendo da tradição, enriquecida pela presença de pastores, agricultores, vendedores de alimentos, músicos, animais. E no centro, claro, a cabana, ou a gruta, com Maria, São José e o menino Jesus na manjedoura, aquecida pelo sopro quente do boi e do burro.

Em certas peças de Natal, outros episódios relacionados com o nascimento de Jesus, mas distantes dele no tempo, como a Anunciação, também foram mencionados. No entanto, o presépio é tradicionalmente apenas a representação da Natividade, como o seu próprio nome sugere. Na verdade, lembremo-nos que o presépio deriva do latim praesaepe, que significa presépio, manjedoura. O presépio em que o menino Jesus foi colocado após o seu nascimento.

Então o que deu origem à ideia de fazer um presépio de Páscoa, que, neste momento, nem sequer deveria ter este nome? Na verdade, os dois presépios, Natal e Páscoa, partilham a mesma origem, ou seja, a necessidade de tornar visíveis e compreensíveis aos olhos da maioria das pessoas, pessoas comuns e camponeses, incapazes de ler e compreender plenamente as Sagradas Escrituras, os eventos e acontecimentos sagrados relacionados com a vida e a morte de Jesus. Um tipo de devoção popular, portanto, que nos leva de volta às representações sagradas e, antes disso, aos louros dramáticos, já difundidos em nosso país no século XIV, verdadeiros espetáculos teatrais sobre temas religiosos encenados para contar ao povo comum, que não conhecia o latim, episódios da vida de Jesus ou de Maria, e outras histórias edificantes. Este tipo de actuação teve também a vantagem de envolver todos os que assistiram, apelando à espiritualidade popular e às pietas. Recordemos que o presépio em si começou como um presépio vivo, com este propósito didático e a difusão de verdades destinadas de outra forma a permanecerem na posse de poucos instruídos. E, assim como, depois da introdução do presépio vivo, artesãos e artistas começaram a modelar estatuetas representando a Natividade, a ponto de dar vida à tradição da Natividade italiana que todos conhecemos, é presumível que da mesma forma começaram a recriar cenas da Paixão e morte de Jesus, da Última Ceia, da meditação no Jardim do Getsêmani, do julgamento de Pilatos, da crucificação, do enterro e da ressurreição.

Podemos também ligar o nascimento desta tradição do presépio pascal com o da Via Crucis, nascido para compensar a impossibilidade, por parte de muitos fiéis, de ir em peregrinação aos verdadeiros lugares da paixão e morte de Cristo. Assim, ao reconstruir dentro das igrejas e lugares de culto as várias estações desta Via Dolorosa, sob a forma de pinturas, esculturas e outras representações, foi dada a possibilidade a qualquer pessoa de participar desses terríveis momentos de grande impacto espiritual.

A diferença fundamental entre o presépio e o presépio de Páscoa é que o primeiro nos prepara para o nascimento de Jesus, e por isso o ambiente que ele suscita é de fato de mistério e solenidade, diante da Encarnação, mas também e sobretudo de alegria. O presépio de Páscoa, por outro lado, prepara-nos para a Sua morte e, desta forma, torna-nos conscientes de quão efémera é a nossa existência, sem Deus, quão breve é a nossa experiência na vida, em comparação com o que nos espera no Céu.

 

Porquê fazer um berço de Páscoa em casa

Esta é, portanto, a razão pela qual muitas famílias ainda optam por montar um berço de Páscoa em casa. É uma forma de devoção, uma forma de preparação para a Páscoa, razão pela qual o presépio de Páscoa é montado durante a Quaresma, o período anterior à Páscoa, caracterizado pela penitência, a oração e a reflexão.

Muitas vezes nos debruçamos sobre como a montagem do presépio é um tempo de comunhão e harmonia para a família. Da mesma forma, o presépio de Páscoa pode tornar-se uma forma de partilhar a Quaresma, construindo juntos algo de belo que mantém todos ocupados e, ao mesmo tempo, oferece momentos de meditação e oração comum.

Esta dimensão da devoção comunitária é enfatizada pelo fato de que o presépio de Páscoa deve ser criado como um arranjo progressivo. Ou seja, não é necessário organizar todas as cenas imediatamente, mas é muito melhor adicioná-las à medida que nos aproximamos da Páscoa, semana após semana. A Ressurreição de Jesus será a última cena que vamos realizar, a mais importante, a mais preciosa, a mais solene.

Estátuas do presépio de Páscoa

Podemos começar com cenas da vida de Jesus, como o seu batismo por João Batista, ou a Lavagem dos Pés, ou a Cura do Cego, e depois a entrada de Jesus em Jerusalém, e assim por diante.

Daqui se desenrola a história da Páscoa, da Última Ceia, à oração no Jardim do Getsêmani, à Prisão de Cristo, à Flagelação, à Coroação com Espinhos, e depois o clímax, a Crucificação, a morte e o Depósito da Cruz, e claro, o momento mais alto e especial para os cristãos: a Ressurreição.

Cena Última ceia em resina 9 cm
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Figura resina Virgem Maria com o corpo de Jesus nos braços, 9 cm
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Cena Paixão de Jesus Cristo flagelação 9 cm
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Significado da Páscoa

Este não é o lugar para se habitar um assunto tão complexo e abrangente como o significado da Páscoa para os cristãos pode ser. Na verdade, estamos falando da mais importante solenidade do cristianismo, a festa de todas as festas, que comemora a Ressurreição de Jesus.

Não só isso. A morte e ressurreição de Cristo representou o início de um mundo novo, de uma nova Aliança entre Deus e o homem, que culminará no fim dos tempos, quando o Reino de Deus se abrirá para aqueles que o mereceram.

A Páscoa encerra toda a solenidade e mistério da religião cristã, de como Jesus ao sacrificar-se pela humanidade os libertou do pecado original, e ao vencer a morte pela ressurreição deu a todos a esperança da vida eterna, em antecipação da nova vinda.

Presépio de Páscoa de bricolage

Além das figuras, que podem ser encontradas em nossa loja online, para montar seu presépio de Páscoa você terá que pensar em como fazer configurações e cenários. Na verdade, você pode reutilizar convenientemente os ambientes rurais e urbanos que você já usa para o presépio de Natal. E quanto ao presépio de Natal, sempre lhe demos bons conselhos para soluções de bricolage, também aqui sugerimos que utilize materiais reciclados e um pouco de inventividade para tornar a sua experiência de cenário ainda mais interessante e edificante. Papelão, compensado, um pouco de cola quente e a sua imaginação permitir-lhe-ão recriar o cenário ideal para o seu presépio de Páscoa muito especial.

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Arcos quaresmais: 5 ideias sobre pequenas renúncias ou coisas a fazer

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Quaresma, um tempo de penitência, oração e devoção. Quais são os exercícios de Quaresma mais adequados para melhor se preparar para a Páscoa?

De todos os tempos do ano litúrgico, a Quaresma, o período de cerca de quarenta dias desde a Quarta-feira de Cinzas até à Páscoa Santa, é talvez o que mais exige que os cristãos trabalhem sobre si mesmos. Na verdade, é durante esses dias que se prepara para a Páscoa, purificando o corpo pelo jejum e abstinência da carne em dias particulares, e elevando o espírito pela oração. Neste contexto de penitência e renúncia, os fioretti quaresmais são uma prática ao alcance de todos. É uma questão de sacrificar pelo período quaresmal algo que se preza. Pode ser a prática de um interesse particularmente apreciado, a renúncia a um alimento pelo qual se é ganancioso, até mesmo o uso da televisão ou talvez de redes sociais. O espírito deve ser o de sacrificar algo que se preza, de enfrentar uma privação que é dolorosa para nós em nome de Deus.

Mas como é que se fazem as folhas da Quaresma?

Como fazer um fioretto religioso

Para compreender o significado de uma folha, basta analisar o seu próprio nome por um momento. A folha deriva da flor, e é precisamente com a mesma leveza com que damos uma flor que devemos enfrentar este sacrifício. Tirar forças do nosso íntimo, aceitando com coragem e espontaneidade o compromisso que decidimos assumir. Acima de tudo, o fioretto não é uma forma de troca com Deus ou com Nossa Senhora: sem exigências, sem exigências, sem fins duplos.

Quanto aos meios para transmitir o fioretto quaresmal, é através da oração que podemos assegurar que ele chegue a Deus Pai, ou à Virgem, ou ao santo a quem o tenhamos escolhido para o dedicar. Da oração, o fioretto deve ter o sentimento, a atitude do espírito, a disponibilidade para um diálogo com o nosso íntimo e verdadeiro eu, que se torna um diálogo com Deus. Assim como a oração, embora possa envolver um pedido, é antes de mais nada uma conversa com Deus, também o fioretto não é uma fórmula mágica, nem é um sacrifício feito para ganhar algum tipo de vantagem.

Por isso, ao pronunciarmos os nossos fioretti quaresmais, devemos lembrar-nos sempre de associar uma boa acção, uma pequena renúncia a uma oração, para que possam chegar mais facilmente a Jesus.

Mas do que temos de desistir?

  1. Não há uma resposta universal. Para alguns pode representar um sacrifício abandonar uma comida particularmente favorita, como doces, ou carne, ou vinho.  Não é verdade o jejum, apenas desistir por um tempo do que mais agrada ao nosso paladar.
  2. Ou podemos passar sem ver um programa de televisão que nos excita particularmente, ou jogar um jogo de vídeo viciante.
  3. Dada a preponderância das redes sociais em nossa vida diária, evitar controlá-las compulsivamente ao longo do dia pode ser um sacrifício aparentemente pequeno, mas na realidade não tão fácil de sustentar.
  4. Um esforço que vale a pena pode ser moderar nosso mau feitio, ser mais paciente, tolerante, para com nossos entes queridos, colegas de trabalho, ou qualquer pessoa com quem nos depararmos. Cultivar bondade e cortesia deve ser algo natural e constante, mas hoje em dia requer um esforço extra de vontade.
  5. Mesmo assim, podemos decidir sacrificar algum do nosso tempo e energia para ajudar os outros. Mais esforço na família e em casa, alguma ajuda extra para pais e idosos, talvez até mesmo para vizinhos dependentes, pequenas formas de trabalho voluntário. Este tipo de compromissos deveria ser também um componente sempre presente na vida de um bom cristão, mas talvez começar a exercê-los como folha de Quaresma nos possa dar inspiração para o futuro.

Como fazer um fioretto a Nossa Senhora.

Observamos como o termo Fioretto deriva de flor. Esta justaposição é ainda mais evidente se examinarmos os fiorettos a Nossa Senhora. Em maio, mês mariano por excelência, era costume oferecer flores à Virgem, como um presente e sinal de boa vontade. Com o tempo, estas flores adquiriram um significado mais amplo e profundo, mudando de flores reais para espirituais, para serem oferecidas à Virgem, e não só.

Folha religiosa não mantida

Qualquer um pode fazer um papel alumínio. A parte difícil é mantê-lo. Requer um espírito de sacrifício, força de vontade, perseverança, e o compromisso é ainda maior precisamente porque tudo o que estamos fazendo, estamos fazendo sem esperar nada em troca.

Claro que, se não se guarda um papel de alumínio, não acontece nada. Ninguém nos castiga, ninguém nos repreende. Mas, a nível pessoal, teremos de considerá-lo uma grande derrota, porque se não formos capazes de realizar um sacrifício aceitável em todos, no seu compromisso, que tipo de seres humanos e de cristãos estaremos em circunstâncias mais pesadas e exigentes?

Esta é outra razão pela qual, durante a Quaresma, é melhor concentrarmo-nos numa folha ao nosso alcance, algo que representa para nós uma verdadeira renúncia, um verdadeiro sacrifício, mas também algo que sabemos que podemos realizar. Como observou o Papa Francisco, se Jesus passou quarenta dias no deserto lutando contra as tentações do diabo, podemos nos esforçar para suportar uma pequena renúncia com um coração leve.